quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Welcome to John People

Ir para o nordeste pela primeira vez... essa é uma viagem que prometeu bastante, mas não achei que ia começar a cumprir tão rapidamente.

Acordamos bem cedo e saímos, como sempre, atrasados para o aeroporto. Chegando lá, foi uma correria só até chegar à sala de embarque e embarcar no avião. Finalmente os animos se acalmaram. Por conta da minha altura, solicitamos à aeromoça um assento na primeira fileira, e conseguimos.

Sentei na janela e à minha direita havia dois outros lugares livres. Achei que ficariam assim, até que chegou um casal acompanhado de outra comissária. Ao sentarem ao meu lado observei que o marido estava passando mal. Era um senhor de pequeno porte e cabelos brancos, deveria ter cerca de 60 anos. Ele trazia um copo de água na mão e a respiração muito ofegante. A esposa, ao contrário, estava muito calma e silenciosa, tinha apenas um olhar de preocupação estampado no rosto. Enquanto isso, a aeromoça tentava acalmá-lo, conversando com ele. O moço demonstrava grande desespero, chegou a abraçar o pescoço da comissária e dizer quase gritando: "Não vou dar conta! Não vou dar conta!"

O senhor passava por um momento de agonia e a esposa fazia apenas uma coisa, estava do lado dele. Ela brincava com ele fazendo pequenos círculos com o dedo indicador nas costas da mão esqueda dele e em seguida passou a massagear o peito dele e em volta do pescoço. E assim foi até ele se acalmar.

Foi uma cena tão linda que eu não sabia o que me encantava mais, o casal à minha direita ou o cenário que via pela janela à minha esquerda. O avião parou de lado na cabeceira da pista, o sol estava doido com aquela vontade de aparecer e o céu mostrava infinitas cores, ia de um vermelho alaranjado até uma azul escuro lindo. Achei que a visão não poderia melhorar, mas me enganei, felizmente. Assim que decolamos, o céu foi ficando cada vez mais lindo e o chão, que ficava mais distante, mostrava aquela enorme maquete perfeita. A distância ocultava todos os erros e defeitos feitos pelos homens, mas isso não era o que importava no momento, eu apenas estava encantado com os tapetes mágicos de lã que voavam junto com o avião.

Foi bom, já nos primeiros momentos de viagem, ver a presença de Deus de duas maneiras tão distintas. No amor de um casal que se apoia e momentos difíceis e na belíssima natureza, observada em ângulo privilegiado. Parafraseando o Eu Sou, eu observeri tudo e vi que era rox.